Catástrofes sem fundo
Portugal não tem um fundo de catástrofes, ameaçando deixar milhares de habitações desprotegidas em caso de sinistro.
Em pouco meses, tivemos notícias devastadoras resultantes de sismos na Turquia (fevereiro de 2023), Marrocos (setembro de 2023) e Taiwan (no passado dia 3 de abril).
Estas regiões, remotas entre si, têm não só em comum uma perigosa proximidade às placas tectónicas que ciclicamente abalam as suas gentes, o património e a economia, como têm uma outra característica, associada à recuperação após o desastre: os seus Governos tiveram capacidade de organizar-se e criar fundos de catástrofes para que pelo menos seja possível compensar as perdas económicas resultantes das catástrofes naturais nesses territórios.
Ao longo dos últimos anos, a APROSE - Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros, tem alertado para a urgência de constituição de um fundo de catástrofes que permita preparar a recuperação de eventos que todos sabemos que sucederão.
Falei da Turquia, de Marrocos e de Taiwan porque para além de terem tido grandes sismos recentemente, já tinham os seus Fundos de Catástrofes a funcionar. Mas poderia referir igualmente Espanha, França, Reino Unido, Suíça, Noruega, Islândia, Dinamarca, ou até a Roménia como países que fizeram este caminho.