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Se precisa de um médico vai à padaria?

Editorial - David Pereira, Presidente da APROSE

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O setor dos seguros mudou radicalmente nas últimas décadas. É cada vez mais fácil, acessível e prático contratar um seguro. Podemos fazê-lo por uma linha automática ou online sem dirigirmos uma única palavra a outro ser humano.

 

É um bot, de algoritmo sofisticado, que nos responde. E é cada vez mais acessível. Podemos fazê-lo numa seguradora, num banco ou até num clube de futebol.

O setor está cada vez mais industrializado, robotizado e massificado. Dir-se-ia que este seria o fim do papel dos mediadores de seguros. Mais uma das muitas profissões condenadas a desaparecer. Mas pelo contrário. Porque o setor está mais prático e mais rápido. O problema é o resto. E o resto está nos detalhes e nas letras pequenas. Pelo menos se quisermos que um seguro que funcione de facto.

 

As soluções de seguro prêt-à-porter, impossíveis de devolver no momento em que precisamos dele, disponíveis nestas modernas vending machines, deixam um enorme mercado ávido de respostas especializadas, profissionais e confiáveis.

 

Acresce a tudo isso que o próprio pós-venda destes produtos é cada vez mais uma via-sacra onde os clientes atingidos por vendas agressivas, contactos não solicitados ou publicidade on-line, têm de aprender e especializar-se, a cada etapa do sinistro, com um sistema que não está desenhado para apoiar o cliente, mas para aumentar a rentabilidade.

 

Os mediadores de seguros souberam responder à industrialização, massificação e robotização do setor com mais profissionalismo, maior conhecimento, fiabilidade e humanização das soluções. E existe uma boa razão para isso. É que os mediadores, que na sua génese até poderiam ser vistos como meros prestadores de serviços às seguradoras, não trabalham para as seguradoras. Num setor onde é natural o conflito de interesses, os mediadores estão, assumidamente e formalmente do lado cliente.

 

É esta inequívoca tomada de posição que tem reforçado o papel e a importância destes profissionais de seguros. E é também esse o compromisso da APROSE, enquanto associação representativa dos mediadores: segurança, responsabilidade e confiança.

 

Os associados da APROSE são os responsáveis pela capilaridade e distribuição dos produtos das seguradoras, representando hoje já 41,8% de todas as apólices distribuídas em Portugal. Se excluirmos os “ramos vida”, esta percentagem é de 74,9%, num volume de negócios de 13,1 mil milhões de euros.

 

Tudo isto só é possível mercê do profissionalismo, do conhecimento, da responsabilidade, altruísmo e disponibilidade que os empresários da mediação de seguros e seus colaboradores dedicam aos seus clientes. Afinal, se precisamos de um médico não vamos a uma padaria. Se precisamos de um seguro o melhor é consultar um mediador.

 

Vida Económica 16/07/2022

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